sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

2010-2011

O ano de 2010...
Não, não vou dissertar sobre o meu ano. Cada pessoa que foi importante em 2010 para mim, sabe-o. Eu já disse. Sou uma linguaruda.
E quem eu quero comigo em 2011 também sabe. Eu não disse. Mas os meus caixotes preciosos sabem que o são.
Ontem, estava a despedir-me "até para o ano" de um caixote precioso, aliás de uma caixinha preciosa e dei por mim a dizer-lhe: "Quero que o teu 2011 seja bom, porque isso também se vai reflectir no meu".
E é isso mesmo.
Aos meus caixotes preciosos todos, estejam eles na Várzea, na Torre, em Viseu, em Lisboa, no Cacém, em Toulouse, em Paris, em Mafra, em Portimão, na Freiría, na Penha de França e freguesias à volta, em Benfica, nos Olivais, em Routar, em Minas Gerais, em João Pessoa, na Amadora, no céu dos cães, em Vila Real de Santo António ou em Algueirão, desejo um ano de 2011 maravilhoso, porque, só isso, já vai fazer do meu 2011 um ano perfeito.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Conversas de Taxi-II

"Ontem disseram na Rádio que Portugal tem 3 telemóveis por pessoa. As pessoas compram telemóveis por tudo e por nada. Depois dizem que não há dinheiro. Eu cá só tenho dois"
(...)
"Os telemóveis servem para fazer muitas coisas, mas depois as pessoas não se servem delas. Eu só uso para telefonar e tirar fotografias. O meu meu tem 2 maga picheis*"

* o mais próximo possível de como foi dito.

Caixa Registadora

Este ano comprei as minhas prendinhas de Natal sem ir ao Colombo, nem ao Vasco da Gama. O que me deixa com esperanças de que talvez para o ano não ponha o pé nas Amoreiras.
E apesar da correria desta época, não estou irritada como nos outros anos. Se calhar, a perspectiva de que o ano 2011 vai ser difícil em termos económicos (o que eu me recuso a interiorizar) fez-me ficar mais contida e logo mais calma. Fiquei mais criativa e menos gastadora.
Estou cá com um sentimento de que afinal 2011 não vai ser terrível. 2011 vai ser um excelente ano. Pelo menos, visto assim à distância de uma semana, estou optimista.
Mas ainda é cedo para pensar nisso. 2010 ainda não acabou e merece ser respeitado.

Feliz Natal fora do Centro Comercial.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Caixote das prendas.

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Obrigada minha Clarinha de sempre. Para sempre.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Conversas de Taxi-I

"Quem te disse que se lhe pagasses te ensinava a conduzir, enganou-te"

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

E assim acontece.



Carlos Pinto Coelho 18/04/1944-15/12/2010

Estamos ainda mais pobres.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Casota do cão (Margarida, perdoa o roubo descarado da fotografia)




Carta de coração aberto ao amigo Jal
ou
O que o Ben te diria se soubesse escrever:




Desde o dia em que te vi que soube que ias ser o meu melhor e maior amigo nesta vida.
Decidi logo que ia tomar conta de ti. Precisavas de mim. E eu de ti.
Quando me deixavas sozinho em casa, ficava desesperado a pensar se tu voltarias. Mas tu voltavas sempre. E tratavas-me tão bem. E a minha cauda ficava frenética para tu saberes que eu estava mesmo feliz.
Passamos momentos maravilhosos juntos. Lembras-te quando me levavas a passear? Adorava caminhar como tu. Assim com os ombros para a frente, à valente.
Alimentaste-me, levaste-me à rua, dormiste comigo, trataste de mim quando fiquei doente. Foste e sempre serás o meu herói.
Um dia trouxeste aquela gata magricela cá para casa e fiquei assustado. Espera aí, esta tipa dos bigodes vem roubar o meu lugar. Mas não. Soubeste multiplicar o teu Amor por dois.
Por tua causa, acredito que há Amor que não tem limites e uniões que duram para sempre. Por tua causa, acredito que o mundo tem coisas bonitas e que a vida é boa. Por tua causa os meus olhos brilham e sei que o carinho é gratuito. Por tua causa tive tios maravilhosos que gostaram de mim e me cuidaram e um padrinho que, apesar de se armar em durão, foi sempre lamechas comigo. Tudo por tua causa.
Por minha causa, quero que continues a ser o menino dos olhos brilhantes.
Guarda-me como se guarda um osso precioso. Nunca te esqueças do sitio onde me puseste e sorri sempre que me vais espreitar. Eu vou estar sempre lá.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O povo (pouco) saiu à rua



O que eu gostava mesmo era que o povo fizesse.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Cara

Quem vê caras não vê corações. Ou, diria o Sérgio Godinho “quem não vê caras não vê corações”.


Toda a gente que circula em Lisboa conheceu certamente o Senhor do Sinal, ou o Homem sem Rosto que costumava estar no Rossio a pedir esmolas. A natureza pode ser brutal. O senhor é um ser humano e todos o olhávamos como um monstro.
Tenho uma amiga que me contou que um dia se sentou à frente dele no metro. Olhou-o por uns segundos e depois teve que desviar o rosto. Disse-me que saiu do metro na paragem a seguir porque estava a desfazer-se em lágrimas. Tentou imaginar como seria a vida dele. Sem ninguém que lhe quisesse fazer uma festa no rosto que não tinha, sem quem lhe enxugasse as lágrimas, sem espaço por onde sorrir. E sem vontade de sorrir, provavelmente.
A mim sempre me preocupou a felicidade dele. Sempre achei que podemos ser felizes sem uma mão, sem uma perna, sem um rim, sem juízo, com juízo a mais, mas com aquele rosto inexistente, aquela massa informe por onde os seus olhos espreitavam, nunca consegui conceber a hipótese de felicidade ou de paz interior. E depois as pessoas parvas ou desprevenidas a desviarem o olhar dele ou a fazerem expressões de espanto quando o viam, adolescentes histéricas com gritinhos, gente com idade para ter bom senso a gritar-lhe para desaparecer, vi eu mais do que uma vez. Posso estar equivocada. Aliás, espero estar. Mas não consigo acreditar que o senhor fosse feliz.


O senhor chama-se José Mestre. No dia 19 deste mês foi operado em Chicago e retiraram-lhe 5,5Kg de tumor do rosto. Cinco quilos e meio.
Em breve vai voltar a Portugal com um rosto.
Fiquei feliz por saber.

domingo, 17 de outubro de 2010

Caixote dos poemas que exaltam a pátria (pequenos extractos).

Quando tenho vontade de dizer que este país é uma vergonha, que somos o país do “deixa andar”, do “desenrasca”, do “porreiro”, do “logo se vê”, do “estávamos melhor no tempo do Salazar”, do “eu já nem voto”, do...penso que houve bravos portugueses que empreenderam lutas dando o corpo e o coração para sermos um um reino, uma república e uma democracia e fico mais calma. Nada disto tem a ver com nacionalismos radicais,nem sequer com nacionalismos, mas sim com a memória das pessoas que se agarraram a ideias com unhas e dentes para hoje sermos o que somos. Livres para intervir nas decisões que são tomadas para o nosso país. Podemos manifestar, gritar, bloquear, agir e dizer não.
Há dias que ando a pensar como é que se reage à situação em que nos encontramos neste momento. A verdade é que não sei muito bem. Sinto uma revolta interior, mas não sei como a canalizar para chegar cá fora da maneira certa.
Gostava que um dia destes os senhores que trabalham ali ao cimo do meu bairro, na Rua de São Bento, deixassem de ser patetas e agissem com dignidade, sentido de dever, humanidade, coração, razão, poesia e justiça social.

Sei que esses senhores não vêm ao meu blog. Mas, só para o caso de virem, deixo aqui uma motivação.


”Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.”
Retirado do Mar Português de Fernando Pessoa
***

“As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram”

Retirado d’Os Lusíadas de Luís de Camões

***
“Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar
Fizeste cegos de quem olhos tinha
Quiseste pôr toda a gente na linha
Trocaste a alma e o coração
Pela ponta das tuas lanças
Difamaste quem verdades dizia
Confundiste amor com pornografia
E depois perdeste o gosto
De brincar com as tuas crianças”
Retirado de Portugal, Portugal de Jorge Palma

sexta-feira, 30 de julho de 2010

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Caixinha de música com bailarina a rodopiar.

Falar de uma pessoa que se foi embora pode ser doloroso. Talvez até me caiam algumas lágrimas enquanto escrevo este texto. São lágrimas de saudade misturadas com sorrisos das coisas boas que ela me ensinou.
Vou falar da minha avó Ermelinda. Linda. Não é um caixote. È uma caixinha de música com bailarina a rodopiar.
A minha avó Ermelinda já se foi embora há alguns anos. Cedo demais. Sempre imaginei que ela ficaria connosco até ser muito velhinha, com a manta nos joelhos debaixo do telheiro da casa dos meus pais. Não quis a vida (ou a morte) que assim fosse. Quando ela morreu fiquei muito revoltada. Senti um peso de injustiça ( e se eu lido mal com a injustiça) tremendo. Demorei muito tempo a recuperar. Acho até que ainda não recuperei bem. Mas habituamo-nos às ausências.
Havia um professor lá em Torredeita que dizia que a minha avó era a moça mais bonita de toda a freguesia. E deve ser verdade. Ela tinha um olhar, um cabelo, uns lábios, enfim, um rosto lindo. E apesar de não ser serena, a mim passava-me tranquilidade.
Como fui a única neta durante muitos anos, lembro-me de ir para a cozinha com ela beber chá preto (hoje tirariam a minha guarda aos meus pais por menos) e comer bolachas torradas ensopadas. Era o meu prazer dos domingos à noite. Também me fazia uma série de pitéus que hoje, por mais que tente reproduzir, não consigo chegar lá. O pudim Mandarim feito por ela sabia diferente e a aletria era maravilhosa, com uns quadradinhos de canela meticulosamente e milimetricamente desenhados. E o Pão-de-Ló. O da minha mãe é quase, quase igual (é verdade mãe, o teu Pão-de-Ló não é “inqueijado”), mas aquela leveza amarelinha era divina. Com uma bela fatia de queijo por cima.
Quando eu era muito pequena, tive que ser operada várias vezes a uma perna. Não interessa o que é que eu tive, mas sim que fiquei boa. E interessa aqui saber que a minha avó tinha as arrecadas (brincos trabalhados) de ouro mais bonitas que eu alguma vez vi. Pelo menos é a memória que tenho delas. A memória da minha avó linda Ermelinda com elas penduradas nas orelhas. E a memória é feita por nós. E interessa também que a minha avó era devota da Nossa Senhora de Fátima. E ainda interessa saber que ela prometeu, se eu ficasse a caminhar normalmente, que oferecia as lindas arrecadas em Fátima.
Lembro-me vagamente desse dia. De irmos a Fátima deixar os brincos da avó Ermelinda. Eu ia toda contente. Era um grande acontecimento. Ela devia ir triste. Não me lembro. Mas de certeza que, não sendo a família abastada, não lhe deviam ter vindo parar às orelhas sem sacrifício.
E lá as deixou. Não me lembro dos detalhes do dia.
Não sei se foi por isso ou se foi pelo excelente médico que me operou, o Dr. Lino Ferreira que também já morreu, mas caminho, danço, corro, pulo, trepo às árvores, faço yoga... como qualquer outra pessoa. E isso é um milagre de qualquer maneira.
Amanhã é 13 de Maio. O Papa está em Portugal. A Cova da Iría vai estar apinhada de gente. Há uma pessoa especial que vai estar lá e me prometeu que vai rezar pela avó Ermelinda. E ela vai saber, onde quer que esteja, que lhe estou agradecida.
Ah, agora uma palavrinha só para ti avó: lembraste de me dizeres para não adormecer no comboio sem agarrar bem a mala para não me roubarem? Faço sempre isso. Penso sempre em ti.
Obrigada, Ermelinda Linda Linda.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Letter to Clara

Estava aqui a pensar que deve fazer por esta altura 15 anos que nos tornámos amigas AMIGAS.
Estava aqui a pensar nas direcções boas que tomei na vida. Repetir as cadeiras do 1º ano da faculdade pode não ter sido uma boa direcção económica para os meus pais, mas foi uma das direcções mais certeiras que eu segui.
Conheci-te a ti, ao Marcos, melhor o Jorge e a Renata, ao Fundão, ao Alverca, ao Hugo...quem mais? A Sandrinha.
Cabe aqui esclarecer que foste definitivamente tu quem melhor me soube entender, aturar e ajudar. Todos os outros estão no coração, mas, a TI, tenho que salientar em letras gordas.
Podia aqui relatar linhas, parágrafos e romances de momentos que vivi contigo, mas, em primeiro lugar há coisas que não se contam a ninguém e em segundo, não haveria blog que chegásse.
Dantes estavas sempre aqui perto e era sempre fácil ir a correr ter contigo, dar-te e receber um abraço reconfortante e falar, rir, chorar...gargalhar, sei lá. Era fácil. Agora que e vida nos distanciou geograficamente (quem diría que quem ia embora eras tu?) sinto-te sempre, mas faz uma falta tremenda a presença. Vê lá, como é que é possível tu ainda não teres visto o meu móvel novo da sala? Ou as calças "bué loucas" que eu comprei a semana passada?
Mas há sentimentos que a distãncia não esmorece. E resolvi escolher o dia de hoje para o nosso aniversário.
Só para dizer que gosto muito de ti, que tenho orgulho em ti, que adoro ser tua comadre, que adoro o teu filho e que és uma das minhas melhores certezas.
Ando lamechas? Ando, ando. Mas nada disto é exagerado.

domingo, 9 de maio de 2010

terça-feira, 27 de abril de 2010

Não vás por aí.

Há uma série de frases que parecem banais e a que recorremos frequentemente sem lhes darmos a devida importância e que são abertas a uma multidão de interpretações e de sentidos tão vastos que nem nos apercebemos de que são axiomas vitais. Bom depois da frase anterior que não tem virgulas, é redundante e tem a presunção (note-se: presunção) de ser semiótica, passo a explicar.
Há expressões que não dizendo nada, dizem tudo.
Recentemente a minha Super-Pati criou o movimento NVPA no Facebook. NVPA é a sigla de algo tão simples como “Não vás por aí”. Muitas vezes basta esta frase para percebermos que estamos a embicar para o sítio errado. Ir contra o muro não o vai furar. Não somos água mole e o muro pode ser de pedra ainda mais dura do que a do ditado. Contornar os obstáculos ou descobrir que podemos tomar outra direcção é uma atitude inteligente e sensata. E a sensatez está intimamente ligada ao poema (não me lembro agora do autor, desculpem-me os manos) que diz que “só é tua a loucura onde com lucidez te reconheças”. Puxar pela nossa capacidade de pensar ao lado e descobrir onde realmente nos encaixamos é difícil, mas é o melhor. Não ir por aí é ir por onde devemos ir.
E tudo isto é tão certo e exacto como “É porque não era para ser.” ou “ O que é teu à tua mão vem parar.” ou a ainda melhor (crédito dado ao meu amigo Marcos) “Somos todos!”
Tudo isto para propagandear aqui nos Caixotes o NVPA- Não vás por aí. O melhor movimento do Facebook. Vão lá, vão por ali. Vão em todas as direcções.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Para os meus músicos.

Com a Quaresma a chegar ao fim e as Aleluias e outras flores de bom cheiro a nascerem, permito-me desconfiar que vem aí o bom tempo.
E se vozes maldosas insistiram em infiltrar-se neste blog para esconderem de si próprias a frustrações da sua vidinha, outras de bom som, perguntaram-me porque parei de escrever. No fundo, andei ocupada a viver. Só isso. Tão bom.
Cheguei a uma conclusão que, para já, me faz todo o sentido, a vida não é uma batalha, é antes uma dança.
Nas palavras do amigo Gabriel, aquele que "pensa sempre antes de falar", é preciso ir "musicando as mudanças" e "mudando as suas músicas".
É isso!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Caixote morangueiro.

Cá chegou a quaresma. É tempo de sacrifício. Proponho-me a escrever mais e borgar menos. Vai ser difícil. Houve tempos em que eu era mais produtiva. Hoje andei a espreitar um blog antigo, dos tempos em que eu e os meus colegas das finanças andavamos mais criativos. Também lá estava a minha comadre Clara a escrever. Foram tempos divertidos.
Fica o link e a homenagem revolucionária.
Viva a Soraya!

http://sorayadosmorangos.blogspot.com

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Olha, outro fantasma desencaixotado!

Ando preguiçosa.
Preciso de férias de preguiça. Só.
Desencaixotei mais este fantasma (tão antigo!) que foi feito em Roma, com o amigo Marcos, a Vivi e o Brunô.




sábado, 16 de janeiro de 2010

Caixote tombado ou Caetano & Gil ou Haiti




«Quando você for convidado pra subir no adro
Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se os olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada:
Nem o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico,
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for a festa do pelô, e se você não for
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
E na TV se você vir um deputado em pânico mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
Do ensino do primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco
Brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui»

domingo, 3 de janeiro de 2010

Sofá desencaixotado.
















Durante o ano que passou, esta casa e eu sofremos profundas transformações e obras. O sofá é um dos orgãos vitais meus e da casa. Por ele passou muito boa gente. Algumas dessas pessoas foram fotografadas. Outras não. Mas não resisto a mostrar alguns dos momentos mais divertidos.
O meu sofá (que por acaso agora são dois) é um mundo.

Caixote do Gabriel- Aquele que pensa sempre bem.

"A vida é feito andar de bicicleta: se parar você cai.
Vai em frente sem parar, que a parada é suicida, porque a vida é muito curta e a estrada é comprida.
Você sobe e você desce na escada da vida e às vezes parece que a batalha tá perdida e que você voltou pro ponto de partida.
Vai à luta, levanta, revida!
Vai em frente, não se rende, não se prende nesse medo de errar, que é errando que se aprende que o caminho até parece complicado e às vezes tão difícil que você se surpreende quando sente de repente que era tudo muito simples - vai em frente que você entende.
Boa sorte, firme e forte, vai com a força da mente.
Vai sabendo que não há nenhum peso que você não agüente.
Vai na marra, vai na garra, vai em frente.
E se agarra no seu sonho com unhas e dentes.
Pra saber o que é possível é preciso que se tente conseguir o impossível, então tente!
Sempre alimente a esperança de vencer.
Só duvide de quem duvida de você.

Sem parar, sem parar, se parar você cai!
Demorou, demorou! Pedala aí!
Então não pára o movimento, vai em frente, vai!
Sem parar, sem parar, se parar você cai!
Demorou, demorou! Pedala aí!
Não repara no mau tempo que o sol já sai.
Vai em frente, sem parar que se parar você cai!
Vai em frente, enfrente, enfrenta, vai!

Vai agora, não chora.
Ignora a energia negativa lá fora, porque dentro de você existe um poder bem maior do que você pensa.
Vai atrás da recompensa e se houver inveja e se ouvir ofensa você responde com a força do perdão.
E aumenta sua crença cada que vez ouvir um não, porque todo não esconde um sim.
Ainda é só o começo, vá até o fim.
Aprenda nos tropeços, não olhe pro chão.
Olhe pro céu.
Olhe pra vida sempre de cabeça erguida que no fim do túnel tem uma saída, mesmo quando você não consegue ver a luz.
Feche os olhos que uma força te conduz.
Vai em frente, vai seguro, faz um furo nesse muro que o escuro se esclarece.
Vai em frente, simplesmente vai em frente que o futuro é um presente que a vida te oferece.

Sem parar, sem parar, se parar você cai!
Demorou, demorou! Pedala aí!
Então não pára o movimento, vai em frente, vai!

É na dor que o recém-nascido aprende a chorar.
Pra encontrar a cura você tem que procurar.
É no choro que o recém-nascido aprende a respirar.
Então respira fundo que a vitória tá no ar.
Vai indo, vai na tua, vai você.
Vai nessa, vai na boa, vai vencer.
Acredite no bem, que fazer o bem faz bem.
Faça o bem que faz acontecer.
Vai na fé, vai a pé, vai do jeito que der.
Vai até onde puder, vai atrás do que tu quer.
Vai andando, vai seguindo, vai pensando, vai sentindo, vai amando, vai sorrindo, vai cantando, vai curtindo, vai plantando e vai colhendo, vai lutando pela paz - vai dançando no ritmo que o tempo faz.
Vai de peito aberto.
Vai dar certo.
Confiante que o distante num instante fica perto.
Fica esperto, vai! Com a força de vontade.
Vai à vera, não espera a oportunidade.
Não aceita humilhação mas não perde a humildade.
E nunca abra a mão da sua dignidade.


Sem parar, sem parar, se parar você cai!
Demorou, demorou! Pedala aí!
Então não pára o movimento, vai em frente, vai!
Se parar você cai, se cair cê levanta."