terça-feira, 11 de maio de 2010

Letter to Clara

Estava aqui a pensar que deve fazer por esta altura 15 anos que nos tornámos amigas AMIGAS.
Estava aqui a pensar nas direcções boas que tomei na vida. Repetir as cadeiras do 1º ano da faculdade pode não ter sido uma boa direcção económica para os meus pais, mas foi uma das direcções mais certeiras que eu segui.
Conheci-te a ti, ao Marcos, melhor o Jorge e a Renata, ao Fundão, ao Alverca, ao Hugo...quem mais? A Sandrinha.
Cabe aqui esclarecer que foste definitivamente tu quem melhor me soube entender, aturar e ajudar. Todos os outros estão no coração, mas, a TI, tenho que salientar em letras gordas.
Podia aqui relatar linhas, parágrafos e romances de momentos que vivi contigo, mas, em primeiro lugar há coisas que não se contam a ninguém e em segundo, não haveria blog que chegásse.
Dantes estavas sempre aqui perto e era sempre fácil ir a correr ter contigo, dar-te e receber um abraço reconfortante e falar, rir, chorar...gargalhar, sei lá. Era fácil. Agora que e vida nos distanciou geograficamente (quem diría que quem ia embora eras tu?) sinto-te sempre, mas faz uma falta tremenda a presença. Vê lá, como é que é possível tu ainda não teres visto o meu móvel novo da sala? Ou as calças "bué loucas" que eu comprei a semana passada?
Mas há sentimentos que a distãncia não esmorece. E resolvi escolher o dia de hoje para o nosso aniversário.
Só para dizer que gosto muito de ti, que tenho orgulho em ti, que adoro ser tua comadre, que adoro o teu filho e que és uma das minhas melhores certezas.
Ando lamechas? Ando, ando. Mas nada disto é exagerado.

1 comentário:

  1. Três dias para dizer que não me escreviam uma carta de Amor há muito tempo! :) E sabe tão bem. Aquece. Depois de te ler às duas da manhã e de estar com uma internet que desliga de 3 em 3 segundos, escrevo-te o que pensei.
    Lembrei-me de uma cena de um filme que vi há uns meses, em que duas amigas, muito amigas, de se escreverem cartas de amor, deixam de trabalhar juntas e uma diz que a partir dali ia ser tudo diferente. "Já não nos vamos ver todos os dias, já não vamos partilhar as coisas simples". A outra disse que não tinha de ser assim. Mas eu concordo que a ausência no dia-a-dia quebra a espontaneidade. E é isso que quebra. A espontaneidade. Tão importante e tão subtil que ninguém dá por ela. Exemplo: «Um telefonema que dura 30 segundos a meio do dia com alguém que se vê todos os dias: Tou? Sim. Nem sabes quem acabou de passar por mim agora. Quem? O fulano tal! Foi? Pediste autografo? Não! Ehhh. Ahhh. Tchau. Até logo.» Quando não se "está" diariamente, isso desaparece, naturalmente. E esses instantes banais criam uma ligação muito forte, eu acho. Também acho que ir para longe não quebra laços fortes já criados. E os nossos já estão criados. Já estão lá e não se quebram. Mas quebra-se a espontaneidade. Isso quebra-se. Alguma coisa muda sempre. Mas o essencial fica lá. E o que se faz com isso? Cria-se outra coisa que substitua a espontaneidade. Deve criar-se uma alternativa ao dia-a-dia. Como uma carta de Amor.
    Também te amo. E, às vezes, a distância maior é a que se cria na nossa cabeça.
    Beijinho e Abraço apertado.

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