quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Caixote dos fantasmas.

"Na criação de um anúncio fantasma, a liberdade do criador de anúncios se aproxima da liberdade do artista. A ausência da pressão do tempo e a inexistência da visão crítica das pesquisas ou de quem encomendou o anúncio torna o anúncio fantasma uma peça de arte publicitária pura. Dá a todos a oportunidade de ver como seria a publicidade se ela não fosse uma expressão da arte, da ciência e da técnica de vender produtos."
Celso Japiassu

Não sendo uma obra de arte, é um dos meus anúncios fantasmas.




quarta-feira, 23 de setembro de 2009

De um caixote luso-belga.

Lenga-lenga


Porque choras, meu menino?
Por aquilo que imagino.

O que está atrás da cortina?
Uma boneca assassina.
O que está atrás da porta?
Uma bruxa com a espinha torta.
O que está debaixo da cama?
Um alfinete-de-ama.
Quem te está a pôr a mão?
Um bicho papão.

Se acenderes a luz,
Será que ele cai ao chão?

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Regresso

Sim, sim, é um texto lamechas o que se segue.

Quando abri este blogue, não sabia que o textinho introdutório era tão premonitório. Eu não sabia que se ia iniciar um longo período de caixotes a caír, com as coisas a saltarem cá para fora em total desordem, deixando tudo muito baralhado.
Hoje é o primeiro dia em que escrevo desde que uma tempestade entrou na minha vida. Estou um bocadinho nervosa e a medir bem as palavras para não me exceder. E sim, confesso, estou até a choramingar. Voltei a escrever! (sim, com o publicitário e irritante ponto de exclamação e tudo!)
Não vou fazer um relato. Vou só dizer que passei e passo por transformações que não queria, mas que estão aqui. Não posso fazer nada para as evitar. Tento aceitá-las e aproveitar para crescer. Dores de crescer, é o que é. Tinha tudo mal empacotado.
E agora, quero encontrar caixotes e caixinhas bonitas para o meu armazém. Ando à procura nas montras das lojas.
No meio de toda esta confusão, descobri um contentor, daqueles que os camiões grandes carregam, sólido e robusto. Quando o abri para ver encontrei a minha família e os meus amigos. Ninguém teve medo da tempestade com chuva gorda e nuvens pretas que eu trazia. Algumas destas pessoas tão maravilhosas, revezaram-se e seguraram com força um guarda-chuva por cima de mim. A chuva entrava na mesma,mas não me batia com tanta força. Nunca estive sózinha. Não sei como lhes agradecer. Mas agradeço sempre que posso e como posso.
E agora, apesar dos caixotes ainda estarem muito molhados, já consigo ver algumas coisas boas e más que estavam lá guardadas e eu tinha que tirar ou arrumar de maneira diferente.
No centro do armazém há um caixote muito confuso. Ando a evitá-lo. Tem escrito MUITO FRÁGIL por fora. Só sei que ainda não sei como o arrumar.
As obras da minha casa terminaram.